Saturday, August 6, 2011

Amy Winehouse e nossa sociedade controversa

Amy Winehouse está morta. Ainda não se sabe, mas a causa mais provável segunda a imprensa é de overdose.
Triste fim para uma jovem cantora de voz esplendorosa e com uma carreira inteira pela frente, é fato.

Podemos ver a decadência dela pelas fotos:


 Incrivel mesmo de se olhar o antes e depois.



O mais interessante de toda essa tragédia (?) anunciada não é o fato de Amy ser uma cantora de sucesso e ter um dom de uma voz poderosa como sabemos. Eu sinto pela cantora. Porém um debate se instalou nas mídias e redes sociais desde sua morte anunciada, pessoas, jovens indignados e louvando sua grande ídola e guerreando com quem quer que fosse ousar  dizer que ela tinha problemas com drogas e alcool e outros ainda felizes com sua morte.

Porque não usar ela como um exemplo e debater a prevenção, e os riscos que a droga traz?

Não, preferem ser juízes sem causa, quando digo jovens, digo essa moçada ai que ainda não labuta pelo suor do rosto, mas que poderia melhorar sua criticidade e usar toda a parafernália tecnológica e redes sociais para um bem comum.


Ora ninguém retira o mérito de Amy ser , ou melhor ter sido uma das cantoras notáveis que apareceu, o que me faz sentir por isso sua morte, porém aqui no Brasil temos um problema de ordem social que beira quase o caos, com as drogas. O Sistema Único de Saúde não tem como e nem estrutura de atender a todos os dependentes químicos. Temos a violência aumentando a cada segundo por pessoas na busca da droga matando, assaltando e cometendo barbaridades por ela, acidentes que ceifam vidas de famílias inteiras por pessoas alcoolizadas no trânsito.

Antes de louvar e endeusar a Amy e brigar por ela nas redes sociais, porque não em seu próprio país cobrar medidas para poder tratar essa doença que se avassala sobre todos nós que é a droga e o álcool? Quantas famílias estão destruídas por filhos, netos e etc e não tem a mínima condição financeira de se bancar um tratamento em uma clínica, pois hoje virou um bom negócio, são caríssimas e impossível da grande massa que temos hoje no Brasil de dependentes que querem se livrar das drogas terem acesso.

E as mães desesperadas que chegam a acorrentar seus filhos ao pé da cama, pois não sabem mais o que fazer para que o filho ou filha vá até a boca de fumo mais próxima.

Estranho não vejo ninguém se mobilizar quanto a isso. Sabemos que o dependente é um caso de saúde pública e não de polícia, e o traficante sim um caso de polícia. 
Haverá pais de família que não irão tomar seu café da manhã com seus filhos, porque tiveram suas vidas ceifadas por algum assaltante desesperado por dinheiro para droga, hoje muitas pessoas não chegaram em casa pois ficaram no caminho em algum asfalto inertes por algum alcoolatra irresponsável que cruzou seu caminho dirigindo a noite, e que acha que não tem doença alguma.

Eu posso sim dizer algo nesse sentido, trabalhei muito tempo com jovens em situações extremas na educação, já tive sala invadida por traficante querendo acertar contas com aluno, já tive alunos mortos por policia, por traficantes enfim... 

Já tive casos absurdos para mediar como coordenadora entre pais e filhos procurando ajuda do Conselho Tutelar enfim eu já vi de tudo, e quem é que não sabe de alguém com algum caso de dependente químico ou similares na família? Sei de muitos e sofro por eles, por nós.

Esse jovens que louvam vidas desregradas e tomam como exemplos de vida de famosos ainda não sabem que a vida é curta...nunca sabemos o que pode nos acontecer.

Vidas foram ceifadas na Noruega...não vi nenhum manifesto.

Enfim...a sociedade está de luto... sim está de luto e de olhos fechados para o que acontece ao seu redor.

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